Powered By Blogger

No Hospício

“A palavra não deve ser para a alma senão um sinal misterioso, muito discreto, muito austero, muito augusto, só perceptível à visão dos espíritos. Parece mesmo uma deplorável extravagância da nossa natureza incompleta este capricho de reduzir a medida e a cadência as grandes emoções a que a alma se exalça em certos momentos.” (Rocha Pombo)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Utopia - Míriam Coelho

Esvazio a mente e fixo os pés na costa
Caminho sem rumo na beira destas águas
Procurando por um caminho perdido
A alameda confusa dos meus sonhos


Não quero mais acordar aqui
A fuga para o jardim perdido é só o começo
O começo de um novo alento profundo
A descoberta do meu paraíso perdido

A onda me acerta violentamente
Com a mesma ira que esse mundo me destrói
Não há porque fugir, ela vai me alcançar sempre
Apenas paro e espero o inevitável

Então não haverá mais solidão
Não haverá mais dor, muito menos rancor
Apenas o vácuo da imensidão deste novo jardim
A utopia que me abriga das trevas concretas.

Míriam Coelho