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No Hospício

“A palavra não deve ser para a alma senão um sinal misterioso, muito discreto, muito austero, muito augusto, só perceptível à visão dos espíritos. Parece mesmo uma deplorável extravagância da nossa natureza incompleta este capricho de reduzir a medida e a cadência as grandes emoções a que a alma se exalça em certos momentos.” (Rocha Pombo)

sábado, 15 de outubro de 2011

Faz falta

1 Falta… tudo isso falta…

Uma nova voz de sonho por estas ruas mortas;

Uma nova esperança nesse barco ou fossa;

Uma nova ideia nessa tela de repetições aleatórias.

 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Irracionalidade pegando, gente!

human A dificuldade que o ser humano tem de lidar com as frustrações já se manifestam desde a infância, são as agressões e as violências criminais atuais que se depõem como resultado do problema. Não é culpa dos meios eletrônicos, virtuais ou da mídia em si. Mas da falta de compreensão e cuidados dessa faculdade humana que está carente.

Um professor chama a atenção do aluno por estar bagunçando em sala de aula, a turma o observa com recriminação – mesmo já tendo feito o mesmo – e o tal aluno, não sabendo lidar com essa frustração, esse impulso freado, acredita que o professor o odiará para sempre, acabou de declarar uma guerra mortal. O professor precisa ser punido, precisa ser extinto antes que prejudique o aluno. Então, esse, move-se do seu lugar e lhe acerta uma cadeirada, julgando-se hábil vencedor de uma guerra não-declarada, porém óbvia. Essa situação vive se repetindo e um caso semelhante me foi narrado por um dos meus alunos, que aplaudiu a atitude do colega dizendo que “esses professores aprontam mesmo e merecem tudo isso”.

Outro professor chega em sala de aula ultra-contente com o novo plano de aula, que passou horas construindo em casa. Aplica em determinada turma que, em reação, detesta e o ignora, irrita e realiza as mais diversas mal-criações na busca de demonstrar a rejeição por aquela atividade (nada de pessoal e eterno, apenas momentâneo). Tal professor se sente rejeitado, frustrado, humilhado, como se todos os seus alunos o considerassem o ser mais vil e degradante da espécie; então passa a odiar aquela turma em especial, armando uma guerra declarada todos os dias, ou, noutros casos, desistindo para sempre da carreira de educador daquela escola.

E assim se repetem as atitudes explosivas e excessivas nas demais relações humanas. Falo aqui da escola, porque é o local onde mais percebo problemas sociais e psicológicos da humanidade, casos que seriam fontes abundantes de estudo para os mais renomados, e já mortos, filósofos.

É um dos fatores que devemos aprender a trabalhar em nós mesmos e em nossos infantes mais próximos: aprender a lidar com as frustrações. Não aceitar uma ideia, gera sempre um ódio, que desconsidera todas as horas boas e frutíferas anteriores com a outra pessoa. Como uma amizade acabada porque o amigo não gosta de ir nos mesmos lugares, ou das mesmas atividades do outro. O racional tem sido mal visto pelas pessoas, ou considerado algo frio e animal para outras (lembrei, agora, de um argumento de uma colega de trabalho, afirmando que pensar racionalmente só traz prejuízos), e não é isso! Raciocinar é muito mais complexo e abstrato do que seguir o obvio ditado por um programa de computador (foi o que ela me pareceu dizer). Devemos raciocinar em cima dos nossos sentimentos, nos reeducarmos o tempo todo. Não é porque adquirimos determinada idade, temos tais e tais diplomas na parede da garagem, que podemos sair agindo como seres perfeitos, dignos de não mais pensar e nem errar!

Essa irracionalidade me assusta cada dia, como aquelas senhoras idosas – primeiras da fila de ônibus – que sobem no veículo, descobrem que é o errado – ao dialogar com o cobrador – e saem atropelando quem está subindo, desesperadamente, num impulso irracional de descer; invés de esperar que todos subam para então descer (pô, o motorista não vai arrancar logo que o último passageiro subir, só de birra com os idosos que pegam ônibus errado!!!). Ou aqueles indivíduos, egocêntricos, cegos e irritantes, que sobem no ônibus lotado e se instalam numa área já apertada (sendo que tem outros lugares mais adequados!!!) e dificultam a passagem de todo mundo, além de contribuir para o pisoteamento de quem está em volta!

Galerinha, só uma última, por favor (voz cansativa e monótona): vamos raciocinar, tá bom?...