E quando você cansa de cantar e quer também dançar?
E quando você se indaga: onde é que todos foram parar?
A vida parece estar girando longe do redor de você
E por mais que você corra, ela jamais retrocede a chance.
Eu queria também participar,
Eu também queria rir e dançar,
Eu também queria fingir que dará tudo errado,
Quando na verdade as coisas vão sair a meu benefício.
Cansei já de chorar por quem nem sabe o que é isso.
Mas como posso seguir em frente se nem assimilei isso?
Eu vejo a paisagem rodar lá longe
E não posso nem me jogar para dentro.
Onde foi que estive todo esse tempo?
Por que foi que não vi nada disso antes?
Onde foi que minha alma esteve todas as vezes?
Por que será que jamais vi quem era o que antes?
Os tombos se tornam mais difíceis à medida que você cai sempre no mesmo lugar.
E não há muito que se possa fazer quando os hematomas começam a arder e secar.
Se é tudo uma ilusão, onde está aquele que vela o sonho e nos acorda?
Ou estamos vivos num mundo de gente dormindo, ou nós é quem estamos dormindo,
Num mundo de gente acordada.
E por mais que você tente escrever,
Nem todas as palavras do mundo descrevem você.
A medida que os anos vão se aproximando,
Eu percebo os buracos que ficaram perdidos no caminho;
Se eu estou fora dessa roda que gira por ai,
Não adianta lutar, as mãos não te cederão um lugar.
Míriam Coelho