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No Hospício

“A palavra não deve ser para a alma senão um sinal misterioso, muito discreto, muito austero, muito augusto, só perceptível à visão dos espíritos. Parece mesmo uma deplorável extravagância da nossa natureza incompleta este capricho de reduzir a medida e a cadência as grandes emoções a que a alma se exalça em certos momentos.” (Rocha Pombo)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A nossa história

images (9) Ontem e muitas vezes eu chorei de raiva... hoje eu choro de saudades. Não te verei mais como a pessoa que me magoou, mas como alguém que me proporcionou bons momentos.

A primeira vez que te conheci estava pouco me importanto. Te julguei mais um bêbado das festas que fui. No entanto algo mudou naquela mesma madrugada, você disse as palavras que me fizeram acordar, te enxergar, lembra? Falou das pessoas que se escondem em suas casas com medo de viver, gritava ideias que sempre tive e jamais pensei que você também as teria. Era um homem, no meio da madrugada, que gritava filosofias enquanto todos dormiam.

Os nossos primeiros meses juntos foram muito bons. Passeávamos enquanto conversávamos sobre nossas filosofias malucas. Tínhamos planos e nossos planos combinavam naquele momento, éramos dois indivíduos com planos que se encaixavam.

Quando estávamos juntos, nos desejávamos e nos gostávamos. Havia respeito e muito afeto. Tudo era novidade.

Contudo, as coisas foram mudando, perdendo o controle, e nem percebemos. Nós perdemos a visão da nossa relação. Você começou a ficar cada vez mais incompreensível e eu respondia com atitudes imaturas a cada grosseria e incompreensão sua. Nossos momentos de carinho e desejo foram ficando cada vez mais raros, dando lugar às tarefas que nos distanciavam emocionalmente. Você lia revistas de skate e eu perambulava na praça sozinha, pensando porque éramos tão diferentes daqueles outros casais.

Um dia, como tudo que acaba, brigamos, nos desgastamos de uma forma que jamais imaginávamos. Tudo acabou.  Passei dias com raiva, com mágoa e nem sei o que você sentiu de tudo. Mas hoje, que o ar está sereno, vejo que a culpa foi toda nossa. Deixamos nossos problemas pessoais invadirem o relacionamento e nos destruírmos. Os momentos bons que tivemos não foram suficientes para nos salvar de nós mesmos.

Uma vez você escreveu que não tínhamos muito tempo em uma de suas músicas, disse que era um pressentimento que surgia toda vez que eu te chamava de “amor”, lembra? Ficamos tristes pensando nessa hipótese. Lembra que eu  joguei o dado três vezes sobre a aposta de que se desse par em todas ficaríamos juntos? Fiz isso para tornar o diálogo mais leve e nos dar esperanças. Você disse que tudo dependeria de nós… erramos. Nos perdemos para sempre sem os grãos que marcam o caminho de volta.

Ontem eu achava que um dia chegaria a te odiar, hoje eu sinto sua falta, é possível que amanhã só haja boas recordações e a aceitação de que tudo são histórias, de que já não é eu que te faço feliz e sim outra. Não guarde recordações más de mim. Você estará em meu coração, em algum lugarzinho dele, para sempre. Te gosto, mais uma das minhas histórias de amor. O que sei é que você não será o último. Apenas mais um que me desanimou ao fim de tudo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Diálogo do Eu

  • Pode ser que agora não te deem o valor que mereças, mas um dia tudo será diferente. Basta olhar para frente. Ninguém evolui retrocedendo seu caminho.
- As coisas parecem muito turvas daqui.
  • O futuro sempre é turvo, pelo menos é o que recordo das minhas lembranças do passado. Lembra quando tínhamos 16 anos e achávamos que nada iria acontecer de novo? Que tudo seria o mesmo ou até pior? Não foi assim, muita coisa mudou!
- Tenho medo de ter outras esperanças e novas decepções... até que já não haja mais esperanças, só as decepções. Sinto uma imensa mágoa. Vontade de chorar.
  • Não sejas tão negativa. Não sejas tão insegura. Não sejas cega, pois eu estou aqui. Agora só temos uma a outra. Lembra-se daquela famosa frase do diretor de Hogwarts "mas como sabem, pode-se encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, se a pessoa se lembrar de ascender a luz". Ascendemos a luz da nossa essência e ficamos protegidas das trevas do nosso medo. Sempre que tiver de chorar, chore. Mas chore pela sua dor, não pelos defeitos dos outros.
- Então haverão dias melhores?
  • Sim, sempre haverão dias melhores, assim como outros tantos piores. O mais importante é não se abandonar por esses dias piores. Quem ama de verdade está contigo até nos momentos ruins. Isso foi uma prova que a vida nos deu. Perdemos pessoas que jamais estariam conosco em momentos ruins de verdade. Foi o fato de você estar nervosa, abalada ainda, com seu medo explodindo, que nos abandonaram. Imagina como seria se estivéssemos vivendo algo muito ruim mesmo? Sinta-se privilegiada! A vida nos deu uma valorosa aula, um aviso do caminho errado.
- Mas eu sinto falta daqueles que me abandonaram...
  • Sentir falta é normal, vai demorar até desapegar-se da rotina que essas pessoas proporcionavam. Entretanto deve se perguntar se elas sentem nossa falta. Será? Quem realmente ama, nunca abandona e, se abandona, logo volta! Se ninguém voltar, é porque não havia sentimento verdadeiro. Não há como obrigar alguém a sentir o mesmo.
- A vida parece assustadora, às vezes. Muito triste, injusta... Nunca mostram isso nos filmes, é o que mais me revolta quando estou magoada; penso em ver um filme e lembro do final feliz dele, totalmente o oposto do meu momento. Por que os filmes já não nos avisam?
  • Talvez porque se vivêssemos eternamente na consciência do ruim, jamais perceberíamos o quanto a luta e esperança pode nos fazer bem. Escuta, eu sei que dói agora, mas quantas vezes já doeu e depois você agradeceu por tais perdas? A vida não é para ficar parado, vivendo como uma múmia mecânica, sempre nas mesmas experiências. A vida é maior que isso! O que torna a vida triste, injusta e dura é o germe humano, sempre foi. O homem não sabe respeitar, não sabe aprender, não sabe amadurecer. Muitos não sabem amar. Não sejamos mais um germe da nossa raça. Há muito que ver, há muito que vivenciar antes de pendurarmos nossa vida no cabide do sótão.
- Você está certa. Me promete uma coisa?
  • Claro. O que?
- Que jamais irá me abandonar também...
  • Não te preocupes, somos a mesma pessoa, em idades diferentes, porém vivendo no mesmo corpo e constituídas da mesma essência. Sempre que te sentires sozinha, tente me achar, porque tu vives me perdendo, sendo que estou sempre aqui. As pessoas que nos abandonaram não aceitaram uma de nós, mas aquelas que valem mesmo a pena aceitarão nós duas. Nos compreenderão em nossos momentos e nos dirão, com sinceridade, sobre nossos comportamentos que magoam antes de nos deixar de vez.
- Obrigada! Me sinto um pouco mais confortável. Melhor do que há duas semanas atrás.
  • Eu também...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

9 mandamentos do teu vencedor

  1. Escrever coisas ruins não transformam magicamente a tua realidade.
  2. Tu és bonita (o) e esconder-te atrás de quem não te dá valor é o mesmo que privar as pessoas de uma obra artística.
  3. Cuidar de ti mesma (o) é um dever e um carinho com tua alma.
  4. Tenhas carinho por ti mesma (o) antes de querer que alguém te dê esse afeto.
  5. Levanta-te e lute. Não deixes que tua torcida do contra tenha razão nas apostas contra a tua vitória.
  6. Tu podes chorar o quanto quiser, só tu terás pena de ti mesmo (a). Então te alente e não espere o alento da rua.
  7. Cuide dos outros como cuidarias de ti mesma (o). O outro também sofreu tanto ou mais que tu.
  8. Olha-te novamente no espelho. Não vê o quanto essa pessoa precisa de ti? Não a abandone por outros.
  9. Jamais te culpes por teus erros, porque tu não foste, nem nunca será, a (o) única (o) culpada (o). Releve os bons momentos e transforme os maus.

By Míriam Coelho

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pessoas da vida


Se tem uma coisa que aprendi é que as pessoas passam pela nossa vida trazendo sempre um presente importante: o aprendizado. Mas nunca damo-nos conta desses aprendizados, da bagagem que o outro traz e que poderia nos tornar pessoas melhores. Quando as divergências começam a surgir, então, dispensamos o outro com seu presente e tudo que poderíamos ter vivido de novo.
O que nos faz ser assim? Orgulho? Insegurança? Egoísmo? Burrice? Todos juntos. Não falo aqui de amores, mas de amigos, amores, colegas, todos que nos rodeiam. As pessoas são dispensadas como objetos quebrados e inúteis, nem com os objetos que gostávamos muito e se quebraram nós fazemos isso, por que agimos assim com as pessoas?
Aprendi, por esses dias, que deixei muitas pessoas importantes da minha vida irem embora, assim como fui dispensada por muitas pessoas que eu considerei importantes. Mas não há erro algum em lutar, não há erro algum em chorar, não há erro algum em demonstrar ao outro o quanto é importante; mas jamais esqueçamos de quem somos, do que realmente queremos, para poder acrescentar experiências ao outro também.
Num mundo tão corrido como o nosso, só sentimos o toque humano quando nos esbarramos nas pessoas e mesmo assim repudiamos quando isso acontece. Se existimos foi porque duas pessoas se uniram, imagina o que criaríamos se mais pessoas se unissem num grande grupo?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Não me deixe sozinha aqui

Como pode alguém estar feliz e, de uma hora para outra, tudo mudar? Relaxei por pouco tempo acreditando que tinha alguém em minha vida. Foi tudo um grande equívoco e a verdade vem a tona, destruindo tudo que eu presava muito. Não me abandone aqui, eu queria gritar, mas não tenho mais forças. Fui abandonada tantas vezes, que não suporto mais essa condição de vida. Haviam promessas de que jamais me abandonaria... haviam palavras que me ajudavam a continuar... porém não tive tempo de construir nada. Me senti feliz por pouco tempo, não era uma felicidade plena, não preenchia todos os espaços da minha vida, mas era algo importante, era algo que eu ainda preciso. To sozinha e não consigo mais viver nessa condição, a qual pertenci a tanto tempo. É difícil ter apenas o amor próprio e de mais ninguém... Não me deixe sozinha aqui, eu queria gritar, no entanto não tem mais nada lá. Nunca teve. Eu fui apenas um número, mais a frente serei um nome, uma história entre homens. Não me deixe sozinha aqui... Acordo nos espaços da madrugada, as lembranças contornam a minha mente enquanto eu luto para que não haja espaço, mas por fim as lembranças entram, a mágoa, a compreensão de solidão. Tudo vira lágrima, na saída.
Antes, eu havia perdido e me livrado de grande parte da minha vida. Agora perdi tudo. Foi sempre assim, eu nunca tive a chance de aproveitar como os outros. Olho ao meu redor e vejo pessoas que não estão sozinhas, mas eu estou sozinha há muito mais de 15 anos... Estive sozinha a minha vida toda... É sempre eu, sempre meu amor, sempre as minhas lembranças, sempre as minhas palavras. Ninguém vive sozinho... mas eu fui deixada sozinha aqui.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Discussões Novas


Normalmente eu já ponho no título o tema do meu tópico, assim como inicio o diálogo com uma expressão que enfatiza o mesmo tema. Entretanto esse tópico é um tanto abrangente. Uma das minhas pertubações atuais é a verdadeira ignorância, não aquela que "fulaninho não entende a ideologia da coisa", mas a ignorância cega, aporrinhante, dos indivíduos que acreditam fielmente que são os donos da verdade e não admitem espiar o outro lado da moeda. Nem eu, que criei esse blog, acredito que tudo que escrevo aqui é verdade absoluta, também não saio divulgando ele alucinadamente na crença de despejar verdades na cara de pessoas, me igualando a certos indivíduos que se acham no direito de gritar na nossa cara que tais problemas são bobagem, enquanto que os deles (preferencialmente) são terríveis e dignos de compaixão (mas, segundo eles, jamais precisaram de uma compaixão). Ah, por favor!!!
Todos nós sofremos, passamos por momentos terríveis e dolorosos. Fato! Mas ninguém pode dizer que tal problema é pior ou melhor do que outro. Os fatos ruins se encaixam nas pessoas de modo tão profundo, particular, que não há um termômetro para medir os golpes mais violentos. Cada caso é um caso - baita clichê! A solidão, por exemplo, pode ter várias interpretações, boas e ruins, depende do receptor dela.
Agora não pense que estou dizendo que você, leitor, deve sair correndo e acariciar a criatura que se debulha em lágrimas porque seu cachorro preferido morreu. É um golpe forte para muitas pessoas, o animal de estimação tem sido um símbolo de identificação pessoal e afeto incondicional entre diversas sociedades do mundo. Porém não é isso que falo. As pessoas que sofrem, acredito que em muitos casos, não precisa de palavras fortes, conselhos mirabolantes e verdades ditas ao som acústico dos filmes na finaleira. Precisam apenas de um abraço, um olhar compreensivo. Uma demonstração sutil de afeto e crença. Saber, apenas, que alguém se importa com você. Isso vale muito mais que mil palavras e toda a coleção de volumes do Paulo Coelho!
O que me veio na lembrança, no final desse pensamento, é a falta que faz um olhar carinhoso. Um amigo, um familiar, um amor... que seja! Somos seres humanos, feitos para interação e união, não somos máquinas (o exterminador do futuro é só um filme de ficção científica - mesmo assim ele tinha sentimentos, não sei como, pelo garoto problemático!). É errado acreditar que todo mundo é/tem que ser de ferro e suportar tudo sozinho, só porque você suportou. Às vezes, com essa nova parceria, você pode resgatar a carência de apoio que ficou lá atrás. Tem gente que joga fora pessoas que as valorizam, somente para encher a cara, depois choramingar pelas sombras de músicas depressivas e dizer que é "o tal" por não se importar em perder alguém. Isso sim, na minha opinião, é fraqueza. Por que os fortes não têm medo de chorar. Os fortes não têm medo de dizer "eu te amo". Os fortes não têm medo de assumir seus erros. Os fortes não têm medo de enfrentar os desafios da vida de cara limpa. Os fortes não se escondem atrás dos erros alheios.
Tive grandes exemplos de fraqueza provinda de uma das pessoas mais próximas a mim, hoje o resultado da vida dessa pessoa é triste. Pode ter todo dinheiro que quiser, roupas, comida, casa, mas jamais terá o carinho dos filhos que magoou, a companhia de um marido, ou a paz de alguém que tentou fazer o melhor pelos outros. Egoísmo e fraqueza andam de mãos dadas em direção ao abismo. Se gostamos realmente das pessoas a nossa volta, por que não damos valor a elas, invés de viver esfregando na cara "eu posso te dizer adeus sem me abalar, por que não to nem ai"?