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No Hospício

“A palavra não deve ser para a alma senão um sinal misterioso, muito discreto, muito austero, muito augusto, só perceptível à visão dos espíritos. Parece mesmo uma deplorável extravagância da nossa natureza incompleta este capricho de reduzir a medida e a cadência as grandes emoções a que a alma se exalça em certos momentos.” (Rocha Pombo)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

REFLEXÕES JAMAIS IMAGINADAS


Engraçado como é o amor. Não nos deixa enxergar nem os mais obvieis aspectos da personalidade de uma pessoa. Hoje, depois de sofrer anos da mesma paixão, consigo enxergar com outros olhos todo o script encenado. Achei hilárias as minhas várias horas sofridas ou encantadas com uma pessoa muito boa, porém que não serve para mim.

A começar, por aqui, peço desculpas ao meu amigo, a quem sigo o blog e segue o meu, pelas várias horas de choro e palavras sobre o mesmo nome. Tu realmente és um grande amigo, para aguentar todas as histórias idiotas em torno de alguém que me mantinha na mesma idiotice e contornava toda a lucidez com palavras insanas.

Não vim aqui para ofender ninguém, protestar quanto a ações fúteis ou ignorantes. Apenas achei divertido comentar algo que venho percebido há pouco tempo e também gostaria de dividir tudo com pessoas que, talvez, sofram da mesma febre que é não se enxergar e achar que qualquer um serve para a sua vida.

Normalmente a carência nos leva a conviver com pessoas erradas, mas é muito habitual não sabermos o que realmente queremos, quem somos e consequentemente nos envolvemos em situações confusas, distantes do nosso verdadeiro âmago. E não se enganem, não digo que tais amores – assim como minha ex-paixão – são pessoas erradas, não me refiro ao caráter delas. Podem ser pessoas maravilhosas, com características inigualáveis; somente são erradas para a essência de quem destina o carinho.

Há pouco tempo tive a oportunidade de conhecer-me melhor. Tomar contato com a pessoa dentro de mim, me servindo como minha única companhia durante dias. Confesso que nos primeiros era assustador, parecia um monstro pleno a me engolir, porque eu não enxergava minhas características, enxergava apenas a solidão transfigurada de monstro do fundo do poço. Aos poucos, convivendo com esse bicho, pude enxerga-lo na sua verdadeira face: eu! Passei a comprar coisas para mim. Rejeitar obejetos que eu nunca gostei, mas guardava sei-lá-por quê! Se eu queria ver tal filme no cinema: ia comigo mesma e não havia melhor companhia. Se queria apreciar um evento cultural: não havia outra pessoa que amaria tal programa tanto quanto eu.

Depois de algum tempo voltei a conviver novamente num grupo, novos amigos, novos rumos. No entanto passei a notar certas novas atitudes minhas. Estava sendo mais seletiva em tudo que chegava a mim, principalmente nas relações afetivas. Isso nunca foi normal antes. Passei a perceber que tais coisas combinam comigo, me servem, me fazem bem e outras não.

Talvez assim seja a paixão. Mas falo aqui, apenas, da paixão. Porque o amor pode estar em qualquer lugar, nas pessoas mais contraditórias e não obvias da nossa vida. O amor é uma experiência, é um aprendizado, uma mudança, é tudo que levaria à páginas de digitação nesse blog. A paixão é a loucura, o desastre, a montanha russa que serve como provação para as próximas fases do nosso vídeo game, digo vida.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O COMODISMO




Já não é novidade debates contra o comodismo, pelo menos esse assunto já é clichê na minha vida. No entanto senti vontade de reforçar o tema. Quase todos os dias, esbarro em pessoas ou atualizações virtuais que se queixam de uma vida sem emoções, morbidamente uniforme. Indaguei, até pouco tempo, há uma delas se por acaso ela faz algo para que mude essa constante. A resposta foi “ah... eu até tento mudar algo”.
Olha, sei lá, mas – nesse caso – sou contra aquela frase “deixa a vida levar”. Se você continuar esperando que tal pessoa apareça em sua vida, que tais amigos o convide para um programa espetacular, ou que aquela oportunidade dos seus sonhos apareça, continuará na mesma situação mortificante. É como continuar de joelhos no milho, sem necessidade, esperando que alguém te puxe do autoflagelo.
Durante muitos anos vivi num castigo desses, reclamando, com um grande beiço no rosto, sentindo pena de mim mesmo, como uma pessoa depressiva e sofredora. Isso não é uma atitude madura, tão pouco merecedora de uma vida emocionante. Quer viver intensamente? Quer se encontrar? Então vá a luta! Desligue a TV, deixe o computador de canto e, principalmente, liberte sua mente de preconceitos (conheça, antes de julgar determinadas pessoas e situações). Pare de colocar a culpa nos demais, ninguém tem culpa de nada, nem mesmo você. Sua culpa é manter-se na mesma rotina, nas mesmas algemas, que não existem!
Outra coisa: não fique esperando que determinadas pessoas te amem e ajam exatamente como você quer. Ou você as ama como são (te proporcionando tais momentos), ou dê um basta ao seu sofrimento por opção. Ninguém deve te amar, se você não se ama, se você não compra coisas destinas ao seu bem-estar, se você não sai para curtir a sua PRÓPRIA COMPANHIA, se você não se valoriza. Faça o seguinte: levante-se. Vá até o espelho. Olhe para essa imagem como uma segunda pessoa. Analise-a de cima a baixo. O que vê? Não vê que ela precisa do seu amor? Então ame-a! Ela com certeza te corresponderá!
Eu sempre pensei que participar do mundo dos adultos, era trabalhar, pagar contas, casar, ter filhos e viver dentro de um grupo social, que só aceita aqueles que agem dentro dos mesmos preceitos. Pois não é! O mundo da verdadeira maturidade é aquele em que o sujeito aprende a conviver consigo mesmo, sabe o que realmente quer (invés de viver pensando “papai e mamãe disse...”) e não tem medo de ser quem é.
Aprendi algo: a maioria das pessoas, por mais felizes que nos digam que são, estão sofrendo numa condição injusta a qual se impuseram. Não existe eterna felicidade. Existe independência, amor-próprio e desejo de lutar. Com essas três atitudes, você conseguirá mais momentos felizes do que os tristes. Porém jamais se esqueça que os infelizes virão de qualquer forma, só não quer dizer que você deve se abandonar e embarcar no mesmo ostracismo e preconceito alheio. Vá viver!