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No Hospício

“A palavra não deve ser para a alma senão um sinal misterioso, muito discreto, muito austero, muito augusto, só perceptível à visão dos espíritos. Parece mesmo uma deplorável extravagância da nossa natureza incompleta este capricho de reduzir a medida e a cadência as grandes emoções a que a alma se exalça em certos momentos.” (Rocha Pombo)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pensamentos do dia

O importante não é ser forte ou não, é saber aceitar o que vier de ruim e bom. Porque nada é para sempre. A felicidade e a tristeza não são estados permanentes, são momentos. O permanente é a essência humana, imutável, imortal.

sábado, 23 de abril de 2011

Pensamentos Noturnos 2

images (7) Havia uma época em que pessoas encontravam-se na frente de casa, à tardinha, depois de um longo dia de escola ou trabalho. Em outros lugares, devido ao meio habitacional e costumes distintos, as pessoas se reuniam numa roda de chimarrão, trajes revestidos de lã e botas campeiras. Mesmo nesses contrastes, a relação era de mesma verdade e intensidade. Falavam uns com os outros sem medos ou distâncias. Tínhamos deliberada força para lidar com os defeitos e desilusões de suas idealizações ao outro, nada que os fizesse excluir os depoimentos e deixar de ser fã no orkut. Não havia TV – até havia, mas era de preço muito inacessível para um objeto tão inútil –, nem computadores ou qualquer outra tecnologia atual. A interação era concreta mesmo.

Atualmente, ter um amigo é deixar um screep para ele com uma linda imagem colada de um site que já tinha as palavras prontas. Se o Fulano está de aniversário o nosso buddypoke canta parabéns e ainda entrega presentes. E quando achamos nosso colega de curso, ou escola, interessante, o seguimos no Twiiter. São todas ações virtuais, maquinais e frias, não dá para desconfiar, não? Mas os receptores sorriem e sentem o afago como se fosse concreto mesmo, não há clamores, basta fechar os olhos e “vivenciar”.

Há uma preferência por idealizar as situações ao nosso gosto e não vivenciamos o real e as pessoas com seus defeitos próprios de humanos. Nenhum “Bom final de semana”, cheio de ursinhos, arco-íris e estrelinhas, seria o mesmo que um desejo dito frente-a-frente, numa cruzada qualquer de calçada. Algumas pessoas preferem os namoros virtuais a dar uma chance ao amigo, sem nenhuma foto semelhante à imagem do Eduawrd, no álbum de fotografias. E assim as coisas vão evoluindo. Haverá um dia em que teremos filhos virtuais, através de um aplicativo no Orkut, o qual se pode criar e encomendar o bebê nas cores e formas que quisermos.

A amizade e o amor são muito mais do que palavras bem postas, retiradas de um programa que acha que sabe o que sentimos. Algumas pessoas, as que falei ali em cima, podem não perceber, agora, a frieza ridícula a qual submetem suas vidas, mas um dia acordarão do buraco onde se sujeitaram e terão que correr atrás de muitas horas perdidas em frente a uma máquina, presas em suas cavernas de titânio. Enquanto um mundo, muito maior que o próprio quarto, gira lá fora, essas pessoas continuarão aí.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pensamentos da noite

729101anime_pensando Coração morto ou partido, o que é pior? Minhas divagações sobre isso terminam por onde começam minhas novas questões. É tão difícil carregar no peito um sentido de ferimento letal, quando se tem que sorrir e ouvir o mundo. Mas para aqueles que sofrem desse mal e continuam vivos, como imortais que sangram mas não morrem nunca, digo que há privilégios. Compreendemos o mundo de várias formas, além do que o racional observa. E para os poucos sobreviventes desse mal, resta o triunfo perante uma das feridas mais doloridas e incuráveis do mundo. Resta o orgulho de si próprio. O si-próprio... quão bela expressão! É o que nos salva, quando compreendida a importância. Nós somos muito mais importantes do que o que nos fere e a ferida. É triste que poucos enxerguem isso e quando enxergam, já cometeram muitas imbecilidades anteriores. Eu peço um brinde aos que se valorizam acima de tudo e compreendem o grau de importância das tristezas que o coração nos causa. Por mais que sejam tristes, por mais que sejam letais, são as nossas experiências, nossas lembranças, é tudo nosso! Algo que ninguém jamais irá roubar e, quando visto de um perímetro diferente, notamos que aí é que está o presente da vida: viver.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A ONG ainda não assumida

dce 1 “Ser professor é um trabalho tão desvalorizado. Os alunos são muito mal educados. Você tem certeza?” É o que muitos estudantes de licenciatura ouvem das pessoas e até de si mesmos enquanto cursam a faculdade. É normal ficar em dúvida quanto a suas escolhas e essa profissão em especial, relevando o fato de que, a mais dia ou menos dia, as escolas se tornam mais violentas. Cresce o número de incidências as quais o lecionador leva uma cadeirada do aluno, um tiro ou presencia uma chacina de um ex-aluno qualquer, perturbado, atirando para todos os lados. Ser professor é quase como aceitar tomar o lugar do Jackie Chan nas séries filmicas, sem ter tido treinamento algum nem bublê.

Nas cadeiras de Letras, por exemplo, ninguém ensina a desviar de tiros, ligar os sensores de aranha para desviar dos objetos lançados, nem esgrimar nos momentos em que um estudante puxa a faca e convoca para o duelo. Nada disso. São-nos ensinadas as teorias literárias, o uso da gramática, a história dos teóricos linguísticos e literários, a psicologia educacional sucedida do famoso “filme-de-chorar”, incentivando a cidadania e o olhar sobre o próximo. Tudo muito bonito, muito fofo, não descordo de nenhuma parte do nosso currículo, mas falta-nos a noção profunda do que estamos fazendo.

Finalmente deparamo-nos com a sala de aula, a realidade violenta, os gritos e os nossos gritos, que não são ouvidos e graduam o nível cada vez mais, até chegar ao ponto irracional de procurarmos um microfone plugado em algum canto da sala de aula, já que não ouvimos nem os nossos próprios berros. O resultado disso? A desmotivação profissional. E com razão!

Normalmente pensamos em nós, na busca pelo conforto pessoal e prazeroso, não relevamos o que os alunos sentem, já que vistos 4 horas por dia, é o bastante para sugerirmos que são seres desprovidos de sofrimentos e emoções, a única preocupação é com o que brincar e os deveres de casa. Infelizmente não é assim. As crianças e adolescentes são mentes em cognição, perdidas no meio do duelo de gigantes (adultos que invejam-se e lutam entre si pela “vez-na-roda”). Esses gritos e violências por parte dos educandos são manifestações (conscientes ou inconscientes) dos seus conflitos interiores e das suas carências, que não estão sendo ouvidas nem compreendidas. Chega uma fase em que a personalidade e as escolhas são consolidadas e pela falta dessa ajuda e a influência doentil social que o homem moderno passa, nossos novos integrantes sociais estão incompletos e sem motivação de luta.

Eu vejo a profissão de educador como uma ONG semelhante ao Greenpaece, com o objetivo de salvar a raça humana, assim como esse movimento defende a preservação do meio-ambiente e da paz mundial. Os conflitos do homem já estão manifestados nele antes do seu ingresso nas primeiras séries da escola, devido as experiências familiares, as influências por meios televisivos, as novas tendências musicais e o maior apelo pela sexualidade. Será nessas primeiras séries que o aluno aprenderá a direcioná-las numa relação social e controlar essas informações que tornam-se pesadas para ele. Ai está um dos papéis do professor: ajudar a criança/adolescente a se relacionar em grupo, entre grupos e desenvolver subsídios fortes para não morrer no meio da busca por auto-compreensão e consolidação social, o mesmo trajeto que todo o homem percorre durante sua vida.

A diferença de uma criança de 2011 para uma criança de 1950 é que na década de 50 os pais tinham mais atenção sobre as atitudes dos seus filhos, assim como a escola. Não havia essa liberação extrema e aberta de informações para o homem e havia o olhar de proteção e autoridade dos pais. Atualmente o pai nem olha para o filho direito e quando olha não transpassa sentimentos de responsabilidade e afeto, o filho é visto quase como um irmão em que tem de ser cuidado pelo outro mais velho. Autoridade é dita no sentido de zelo, a segurança de saber o que é certo para a criança, enquanto está sobre os seus cuidados. É por isso que a maioria dos avós cuidam melhor dos netos do que os próprios pais. Essa camada de zelo está quase extinta e a criança se vê diante de um mundo adulto, repleto de informações que ainda não tem maturidade necessária para suportar. Resta para o professor o papel de ajudar nesse estágio crucial.

Inúmeras vezes me senti revoltada observando o cenário de crianças das séries iniciais soltas no pátio sem nenhum cuidado ou o olhar afetuoso da professora, que estava, no momento, falando com a colega sobre a noite mal-sucedida da véspera. Isso é assimilado pela criança, por mais que não pareça, elas ouvem. Depois é refletido na forma como ela vai lidar com seus colegas de vivência: a indiferênça, o desapego. Violência gera violência e o desleixo com os alunos é uma violência, mesmo que indireta. Tanto na infância quanto na adolescência o ser humano precisa saber que é amparado, que alguém se responsabiliza e freia suas atitudes errôneas, isso dá tempo para o indivíduo em formação pensar em si próprio e desenvolver a sua personalidade. Ele não conseguirá fazer isso preocupando-se com informações que ainda não é capaz de suportar.

Muitos pais agem dessa forma e até pior, esquecendo-se de seus filhos, expondo-os a violência e ao sexo explícito. Alguns preocupam-se apenas com suas particularidades e esquecem que já não são mais indivíduos, pois integram uma família. Mas não falo, aqui, do papel do pai, falo dos motivos pelos quais é uma vantagem e uma honra ser professor. É o nosso papel com a humanidade auxiliar nesse buraco moral na vida do aluno. O professor não deixa de ser um super herói, a esperança do futuro do nosso planeta, sem exageros. Todos os gestos de carinho e cuidado serão refletidos nesse ser em cognição, assim como todas as atitudes de desleixo e desafeto. Imagine se o Super-man deixa-se de salvar a cidade do meteoro por causa de um conflito com a Louis Lane? E o planeta, quem salva? Uma pergunta semelhante eu faço para os pertencentes dessa ONG não assumida: E o futuro da sociedade humana, quem salva?

Poderíamos muito bem deixar essa luta pela preservação do bem-estar humano para outros dizendo “eu não tenho capacidade para isso, eu não tenho tempo, tenho que me sustentar!”, mas não há muitos “outros”. A cada dia que adiamos o trabalho dessa ONG, agrava-se mais a revolta interna dos nossos novos humanos, a sociedade está carente, necessitada de afeto, cultura e complacência. É muito egoísmo da nossa parte esquecer do mundo e pensar nos prazeres que almejamos. Desejar e ter atitudes  ruins (egoísmo) é parte do ser humano, o céu e o inferno são símbolos universais que habitam dentro de nós desde os primórdios. Cabe somente a cada um controlar os impulsos negativos e focalizar-se nos interesses positivos e de valor a todos da sociedade. Por mais que você diga que não faz parte de um grupo, você habita um planeta que depende de mais de uma decisão para que algo aconteça.

“Mas os alunos não se interessam por nada! Não ouvem, não querem aprender. É horrível”. Eu vejo muitos professores recolher materiais, pensar no conteúdo, montar um plano, aplicá-lo em sala de aula e decepcionarem-se com a péssima receptividade dos alunos, “tive que explicar um milhão de vezes e mesmo assim a criatura não entendeu. Chegou uma hora que eu disse: não, já chega, não explico mais e vai fazer tuas tarefas! Cansei.”. Mas já houve uma pesquisa mais aprofundada dos motivos disso por parte dos educadores?

Primeiramente, eu vejo os conteúdos trabalhados em sala de aula muito fora do contexto social do aluno. Claro, já é bem sabido e reforçado nos PCNs que o professor tem que partir disso para montar as aulas. Entretanto falta outra coisa muito importante, que os PCNs falam, mas implicitamente: criança tem que ser criança e o professor deve reforçar essa fase e canalizar as energias para o produtivo. Não adianta preparar uma super-aula, cheia de recursos e discussões referentes  a análise sintática para o primeiro ano do ensino médio e esquecer de desenvolver o lúdico do aluno.

Quando falo de lúdico não falo apenas de jogos e redações de temas referentes ao que está “na boca do povo”, como o bulliyng, gravidez na adolescência e eleições anuais, por exemplo. Falo de relacionar análise sintática  com o fantástico, maravilhoso, utilizando livros de ficção maravilhosa, quadrinhos, super-heróis, contos de fadas, etc. Mesmo no ensino médio, os alunos ainda são crianças, são crianças em fase de auto-consolidação dentro de uma sociedade, e essas “crianças crescidas” necessitam de fantasia, que por mais que neguem, está muito presente em suas vidas, elas sonham. Se não fosse assim, jamais assistiriam os filmes da série Crepúsculo, Homem Aranha ou Atividade paranormal. O desejo pela fuga do real também faz parte do contexto social humano. Ninguém estará fugindo ou escondendo a verdade de ninguém, a maioria dos alunos já estão saturados com a realidade ali de fora (estrupo, desemprego, morte, drogas, gravidez na adolescência, corrupção e catástrofes mudiais).

Acredito que nós, integrantes da ONG não assumida, como nomiei a licenciatura, temos o papel de orientar os novos integrantes sociais do mundo, direcioná-los para o produtivo e esquecer o egocentrismo. Trazer aos jovens e crianças a visão de mundo, incentivar a nacionalização (ainda me revolta o fato de somente os livros de fantasia norte-americana fazerem sucesso no Brasil, tanto quanto o uso da expressão “americanos” para designar somente um país – EUA! O Brasil saiu do mapa da América?), desmitificar os preconceitos (seja religiosos, seja étnicos) e transformar a visão do educando em algo amplo e menos limitado possível.

Está ai outro grave problema social: a limitação. Somos pessoas de visões limitadas. Se crescemos criados de um jeito, prendemo-nos nele e não aceitamos nada novo (já é um problema para aceitar a retirada de alguns acentos gráficos da nossa escrita!), queremos repetir as mesmas aulas conteúdistas quadro+caderno e as atividades que dão mais trabalho valhem como presente por bom-comportamento. Se desejamos que o nosso planeta continue evoluindo antes que seja destruído por nós mesmos, devemos ouvir complacentemente e pesquisar com vontade para depois ter uma opinião formada de determinado assunto. Essa atitude, com certeza valherá de exemplo para o aluno: evolução do pensamento. Não falo de exemplo somente no sentido de algo adorado, a ser seguido, mas também no sentido de que o aluno dirá: “olha, ele se ele não faz tal coisa, por que eu tenho que fazer?”.

Temos um papel muito importante em nossas mãos e é de suma importância que tenhamos noção disso, invés de entrar em sala de aula com os livros de baixo do braço, planos feitos na base dos nossos gostos próprios e  na ideia teimosia de que, já que não “podemos” sonhar, o aluno também não deve e nem precisa disso. Não estou criticando os professores ou dizendo que apenas a nossa ONG está errada, claro que os alunos e, principalmente, os pais têm muitas atitudes a serem revistas. Entretanto, se as árvores caminhassem até os integrantes do Greenpaece toda vez que fossem desenraizadas pelo homem, tudo não seria mais fácil? Temos que ir atrás, pesquisar, fazer projetos e aplicar a solidariedade nas comunidades que somos responsáveis. Nossa profissão é de guerreiros, que, todos os dias, lutam nas árduas batalhas contra extinção da evolução e aprendizado humano.

By Míriam Coelho

O amor problema

gockel-alfred-romance-in-red-i O amor? Havia uma fase em que sentíamos frio na barriga e uma estranha implicância com o tal coleguinha de sala de aula, ou o vizinho que brincava na frente da calçada. Mas nada de muito consciente ou forte a ponto de deixar-nos de “ovo-virado” o dia todo quando víamos o fofo (a) se agarrando com outro alguém. Todavia, então, essa fase passa e os amores que começam a surgir tornam-se dignos das lágrimas. Conhecemos, finalmente, a utilidade dos famosos lencinhos de papel. A parte ruim não é essa, contudo, e sim a noção da nossa fraqueza perante o desastre do amor não correspondido. Pois digo que para as lágrimas não tenho a resposta mesmo, temos de conviver com elas.

A barra é difícil e por mais que você chore, seu amor não surgirá atrás de você, no meio da multidão, te dizendo que também não consegue viver mais um dia sem você ao lado. Possivelmente aquele quem você ama, também tem uma caixa de lencinhos de papel ao lado da cama, sendo utilizada nesse exato momento. A única saída é entender que se ama bastante à ponto de sofrer, também pode amar bastante à ponto de libertar tudo e deixar que o outro viva com quem realmente será feliz. Não adianta dizer que será feliz contigo, porque não mandamos no coração de ninguém. Acredito que esse é um dos aspectos do amor: saber libertar. O mesmo amor que destinamos a nós mesmos quando não suportamos algo, nos libertamos de tal situação. Vai doer no início, o buraco no peito e a sensação de que todos os órgãos subiram e intalaram na garganta vai existir. Mas passa.

Também nos atraímos por aqueles seres complicados que saem por ai dizendo “ainda não podemos ficar juntos, só mais tarde” e outras mil histórias referentes ao futuro. Ah, por favor, né, que besteira! Tem pessoas que realmente amam complicar a vida e transformá-la num filme dramático de longa duração, tipo Pearl Harbor. Infelizmente essa história dos sentimentos separados do racional está impregnada na nossa essência desde as primeiras séries escolares. Os professores dão o conteúdo e não mostram a visão moral e sentimental da vida. O que é ruim. A pessoa cresce acreditando que os desejos materiais (ou racionais) valem mais que qualquer coisa e que não estão unidos a vida sentimental, “O que eu sinto vem depois!”, e deixam partir as chances de viver uma história legal por simples teimosia.

Então a desculpa é que no momento, tudo que precisam é construir suas vidas para depois o “resto”. O outro é rebaixado a “resto”. É isso que você quer? Quer saber? Se você gosta de alguém assim, e por mais que tenha tentado mostrar o erro desse pensamento, não deu certo, ignore e “parta para outra”! Esse tipo de pessoa tem pouco a te oferecer. A melhor companhia é aquela que acrescenta à alma, que corresponde o carinho e  não aquela que tem pensamentos curtos e egocêntricos, achando que você vai esperar a vida toda. Por mais que essa cultuação ao material, separando o espiritual, esteja impregnada na escola, quem vive realmente, compreende que está tudo errado e que não existe emoção longe da razão.  Tentar alcançar só uma dessas é como correr atrás do próprio rabo. É uma questão de maturidade e visão aberta.

Por fim tem aquela pessoa que te reconhece como um ser maravilhoso e que deveria te amar, mas não consegue. Então te prende, com os mais variados argumentos do tipo “ainda tenho que amadurecer, não podemos ficar juntos por enquanto”, o que gera bastante confusão; um caso bem semelhante ao segundo que citei. Esse é o mais doloroso dos amores não correspondidos, porque a pessoa não é sincera contigo, por mais que implore um “fora” para chorar, sofrer, esquecer e ser feliz como toda pessoa normal, o outro não permite. Prende você na gaiola das incertezas e promessas até o dia em que finalmente o seu amado encontra o verdadeiro amor em OUTRA pessoa e descarta você por definitivo usando as palavras “sinto muito, eu tentei, mas não era você”. Final feliz para os outros. Fuja dessas complicações também. Se dê o valor.

Está nas suas mãos ser feliz e não deixar-se cair no buraco das paixões, sim, paixões, porque se ele (a) não te ama, então não é amor. Amor vem uma vez só na vida, acontece entre dois e nunca vai embora. Faz bem a qualquer um e não mata ou corrói em mágoas. Quanto aos racionais e planejados no depois, esqueça-os. Deixe para que os trapesistas do circo caminhem na corda bamba. Valorize-se e quando finalmente o “ ser amado” cansar/alcançar o próprio rabo será tarde de mais, nada será como poderia ter sido, esperando o tal futuro.

By Míriam Coelho

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Advento desenho de amar

Das forças mais sutis do meu peito ferido,

Rega-se, ainda, o amor através da fonte,

Que, há tanto, jurei que tinha se enfadado.

Do meu peito, só ouço o escorrer suave, dentre os espaços,

O líquido que se funde e confunde com as lágrimas do ser.

O que há de tão oculto em seus olhos para atrair-me, tão de pressa,

Mesmo quando eu devia odiar-te por suas palavras tão mortais?

Você me funde no escuro e me confunde em tudo

É o meu eterno advento desenho de amar

Seus traços, sua voz, seus gestos, são meu ímã particular.

Eu deveria ter me protegido desde o início ao invés

De ter aproveitado essa essência tão próxima da minha.

Sua rotina, sua forma de amar não se encaixam na minha

E, ainda assim, quebro-me a mim mesma para que se encaixem.

Por Míriam Coelho

sexta-feira, 1 de abril de 2011

夜反射

Os dias já não têm mais a simplicidade que tinham antes, as coisas eram mais fáceis na infância e nos contentávamos apenas com um brinquedo novo. Atualmente nem os brinquedos novos contentam as nossas crianças e a felicidade no lar não alenta os pais. Não há alento em lugar nenhum, é o que parece ser, a princípio. No entanto, há pouco, descobri que a totalidade é uma questão de necessidade em cada história da vida humana. Se ontem eu me contentava com um novo conjunto de roupas para a minha Barbie, hoje me contento com um desejo que meu eu quer, seja um prato de comida diferente, uma caminhada por uma rua sem casas, a visita há um shopping que não tem mais tanto pique, o segredo é aprender a ouvir o que realmente queremos e nem tudo que queremos requer dinheiro, apenas tempo e atenção conosco.

Já não há mais preocupações com o passado, porém também não me vejo tranqüilo remexendo nas velhas fotos. Acredito que tudo passou; magoou, mas foi embora. Ou está adormecido? Não sei. A única coisa que me importa é o presente, porque o futuro ainda nem nasceu e por mais que se corra atrás do tal amanhã ele sempre continua correndo, no final das contas, quando olha para trás, você só correu e deixou todas as tarefas inacabadas. Não há como voltar, nesse caso, porque passado já morre quando transpõe a linha do hoje.

É confuso? Não. São apenas palavras que vieram e que registrei para lembrar-me das minhas idiossincrasias, palavra que contém uma velha história. O que quero dizer é que a vida é complicada mas temos que complicar com ela também. Acho que se ela nos fere, então, nada de dar mole com ela! Vamos complicar com ela, e apenas com ela!, não me refiro a nós mesmos, conosco temos de ter o máximo de paciência.