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No Hospício

“A palavra não deve ser para a alma senão um sinal misterioso, muito discreto, muito austero, muito augusto, só perceptível à visão dos espíritos. Parece mesmo uma deplorável extravagância da nossa natureza incompleta este capricho de reduzir a medida e a cadência as grandes emoções a que a alma se exalça em certos momentos.” (Rocha Pombo)

domingo, 5 de agosto de 2012

A arte de se ouvir

O que fazer quando a sua vida toda você foi reprimido de fazer aquilo que queria? 

Algumas pessoas vivem tanto tempo na sombra de outras, que jamais descobrem o que é viver unicamente das suas escolhas. Já conheci gente que jamais soube o que é decidir sem influências.

Sou uma pessoa que, teoricamente, jamais saberia o que é ser autônoma. Minha mãe me comandou durante muitos anos. Sempre me fez acreditar que os meus gostos eram ruins e quem deveria escolher até como me vestir era ela. Depois de ir embora de casa, namorei alguém que agiu quase igual. Eu não podia usar salto alto, não podia agir com algumas atitudes - como demonstrar minha sensibilidade - e era uma briga quando eu saia com determinadas amizades. Mas a vida me propôs essa chance. Achei, durante uma época, que eu era o mais livre que poderia ser... Estava errada. Quando nos acostumamos a ser influenciados sempre, nos agarramos há outras pessoas a todo momento, mesmo sem perceber.

Se o namorado não gosta de ir em peças de teatro, você também não vai - mesmo querendo. Se o amigo ama festas de determinado gênero, você passa a frequentar - mesmo não se identificando com nada. Se pessoas que você apenas anda junto resolvem beber a noite inteira dentro de uma casa, você também participa - mesmo achando degradante e pobre encher a cara todos os finais de semana dentro de um único recinto.

Viver sozinho - mesmo que rodeado de pessoas - é uma arte. Não falo de ignorar completamente a opinião dos outros, deixar de respeitá-los e admirá-los. Não! Eu falo de decidir o que você realmente quer, sem mirar-se na personalidade de parceiros. Aprendi que temos que estar voltados para nós mesmos sempre e, ao mesmo tempo, não esquecer de olhar o próximo com sensibilidade. Nem altruísmo excessivo nem egoísmo em alta. O equilíbrio e o autoconhecimento são o caminho.

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